Fernanda Abreu Fernanda Abreu - A Onça

Quando sair, trancar a porta e o portão
Pedir a Ogun que me acompanhe nesse dia
Olhar pra mão, pra contramão
Pra toda a direção, ver se tá vento ou calmaria

O pé direito vai na frente então me movo
Aperto o passo enquanto estudo o ambiente
Observar, do meu radar
O cérebro gelado enquanto o corpo segue quente

O meu olhar esquadrinhando a selva urbana
O coração de quem não come há uma semana
Vou devagar, vou me cuidar
Trancar na jaula a fera humana

Olha o bicho, olha a onça
Corre se ela te atacar
Corre cego, segue em frente
Não deixa ela te pegar
Follow me, follow me...

De noite a luz intensa dos meus olhos faróis
E de repente lá no céu uma estrela brilha
Como um sinal, como um punhal
Cortando meu caminho, iluminando o que eu não via

Basta viver pra entrar num jogo perigoso
Basta o instante da fagulha para o fogo
Vou desarmar meu coração
fugir de toda a confusão

Olha o bicho, olha a onça
Corre se ela te atacar
Corre cego, segue em frente
Não deixa ela te pegar
Jah
Rastafary
Selassié (?)
Sei lá quem tá lá
Quem tiver lá pois que venha me ajudar
Khrishna, Buda, Jesus ou Alah
Peace to Alah, Selassié (?)
Rude boy
The first from Niteroi
Original the rude boy style
Mergulha comigo, mergulha comigo
Esse é mais um dia de frente pro sinal vermelho
Eu olho no espelho e o que eu posso ver?
Quem pode me ver?
A cidade tá botando Black Alien no stress
Filho da puta não me teste
Eu continuo o gatilho mais rapido do oeste
E Jorge de Capadocia me empresta as vestes
Mas não me teste
Eu continuo o gatilho mais rapido do oeste
E Jorge me empresta as vestes

O meu olhar esquadrinhando a selva urbana
O coração de quem não come ha uma semana
Vou desarmar a minha mão
Fugir de toda a confusão

Make a move...

Olha o bicho, olha a onça...